quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

CONFITEOR I - CONTINUAÇÃO


Maximiliano de Habsburgo



Maximiliano (1832-1867), arquiduque austríaco e Imperador do México, filho de Franz Karl, arquiduque da Áustria, e de Sophie, Princesa da Bavária.
Sofia e Napoleão II, titulado como duque de Reichstadt, tinham uma amizade íntima, que provocou rumores na corte, os quais a arquiduquesa jamais se preocupou desmentir. Quando ela engravidou pela segunda vez, Napoleão II morreu de tuberculose. Maximiliano era, segundo boato, filho biológico de Napoleão II (falecido em 1832), filho de Napoleão Bonaparte e de sua segunda esposa, Maria Luísa da Austria.

15. JULGAMENTO DE MAXIMILIANO

                   Às oito horas da manhã de 12 de junho de 1867, em Querétaro, celebra-se o Conselho de Guerra, ordinário, para julgar Fernando Maximiliano de Habsburgo, Arquiduque da Áustria e seus chamados Generais Don Miguel Miramón e Don Tomás Mejía, seus cúmplices, por delitos contra a nação, o direito das gentes, a paz pública e as garantias individuais.
                   O Conselho foi presidido pelo Tenente Coronel Platón Sánchez e, como vogais do mesmo, os Capitães José Vicente Ramirez, Emílio Lojero, Inácio Urado, João Rueda e Azua, José Verástegui e Lucas Villagrana.
                   No dia seguinte, 13 de junho de 1867, reúne-se o Conselho de Guerra no Teatro de Iturbide da cidade de Querétaro.
                   Figuraram como defensores os procuradores dos réus, na seguinte ordem: Próspero Vega , de Tomás Mejía; Inácio Jáureguia e Ambrósio Moreno, de Miguel Miramón; Jesus Vasquez e Eulálio Ortega, de Maximiliano. Mejía e Miramón compareceram. Maximiliano não compareceu porque “estava” enfermo e, seu advogado afirmou que, segundo uma diligência do processo, havia consignado o quanto tinha a dizer e que depositava confiança em seus procuradores, que deveriam apresentar sua defesa.
                   Com as acusações e as defesas, o Conselho de Guerra passou a votar, às 13:00 horas de 14 de junho. Nos termos da Lei de 15 de janeiro de 1862, foram julgados com a condenação de serem passados pelas armas.
                   *O processo instruído contra Fernando Maximiliano de Habsburgo e seus chamados Generais Miguel Miramón e Tomás Mejía, por delitos contra a independência e segurança da Nação, a ordem e a paz pública, o direito das gentes e as garantias individuais, desenvolveu-se por um cidadão fiscal, a fim de estabelecer sobre sua final resolução.
                   Observa-se tratar-se de processo dirigido, com particular tramitação.
                   Fernando Maximiliano e os chamados Generais Miramón e Mejía foram acusados: o primeiro como usurpador dos poderes públicos da nação mexicana, prestando-se para servir de instrumento do melhor desenvolvimento da invasão francesa; os demais como cúmplices.
                   Maximiliano, desde o início, negou-se a responder às perguntas, que lhe foram feitas, afirmando que eram questões políticas e não podia reconhecer a competência de um tribunal militar para julgá-lo e, sobretudo, que ignorava o idioma espanhol em sentido legal.
                   De todo o processado, conclui-se que foi imputado a Maximiliano o crime de haver sido o instrumento principal da intervenção francesa no México, concorrendo para os iníquos planos de Napoleão III, contra as instituições da República e sua forma de governo.
                   **Maximiliano, ingenuamente, serviu de instrumento de Napoleão III, que, para contrariar a democracia americana, ocupando militarmente uma parte do território do continente americano, objetivando influir em sua política. Aproveitando-se dos desentendimentos intestinos e de alguns maus mexicanos, promoveu o estabelecimento de um trono no México, que deveria ser oferecido ao príncipe Fernando Maximiliano de Áustria.
*** Três são os argumentos de que Maximiliano não foi executado, veio para o Brasil, finalmente, estabeleceu-se em Serra Negra e seus restos mortais repousam no Cemitério da Saudade, no mais modesto  túmulo da necrópole:
                   1º) Maximiliano era maçom, foi protegido pela Instituição;
                   2º) Não compareceu ao julgamento porque já havia deixado o território mexicano, na data do fuzilamento (19 de junho de 1867);
                   3º) Em Amparo recebia dinheiro, mensalmente, que advinha de sua família.
                   Ademais, Maximiliano conhecia o território brasileiro, era primo de D. Pedro II, sabia falar o português, tanto que residira na Ilha da Madeira, sua pronúncia carregava o alemão, quando o Conde de La Rosé seria francês;
                   4º) Do episódio da execução do Imperador existe somente um óleo sobre a tela de Édouard Manet, quando à época já era comum a fotografia. Militão, em São Paulo, no mesmo período, registrou todos os pontos importantes da cidade, assim como, os fatos destacados. Maximiliano já havia deixado o território mexicano, na parte final do processo. O processo serviu como encenação, foi orquestrado, tanto que Maximiliano se negou, desde o início, a contestar as questões apresentadas; não respondeu às perguntas a ele formuladas.
                   **** Maximiliano de Habsburgo contava com a idade de 32 anos, quando chegou ao México, convencido pelos Conservadores de que todo o povo mexicano apoiava o novo Império.
                  Nascido no Palácio de Schönbrunn, nos arrabaldes de Viena, Maximiliano tinha grande atração pelo mar, tanto que se decidiu pela carreira naval. Realizou inúmeras viagens pelo mediterrâneo; explorou o norte da África e as costas do Brasil.
                   Já casado com Carlota, filha do rei Leopoldo da Bélgica, seu irmão Francisco Fernando o nomeou governador do reino Lombardo-Véneto. Em seu Castelo de Miramar, em frente ao Mar Adriático, recebeu a comissão dos Conservadores, que lhe ofereciam o governo mexicano. Maximiliano teve que renunciar à coroa da Áustria e assinou o Tratado de Miramar com Napoleão III, no qual se comprometia a manter as tropas francesas em território mexicano, durante seis anos.
                   O imperador e sua esposa chegaram, finalmente, à Cidade do México, em 12 de junho de 1864. Desde o início, Maximiliano procurou adotar princípios liberais moderados, o que descontentou muito aos Conservadores. Primeiramente, procurou  reorganizar a Academia de São Carlos, Fundação dos Museus de História Natural e de Arqueologia e a Academias Imperial de Ciências e Literatura.


16. MAXIMILIANO DE HABSBURGO

                   Fernando Maximiliano José Arquiduque de Áustria, Príncipe de Hungria e da Boemia, Conde de Habsburgo, Príncipe de Lorena, Imperador do México e Rei do Mundo, que nasceu no Palácio de Schönbrunn e foi o primeiro descendente dos Reis Católicos Fernando e Isabel, que cruzou o mar-oceano e pisou em terras da América e que mandou construir para sua esposa, Maria Cristina Amália Augusta Vitória Clementina Leopoldina de Saxe-Coburg e passou para a História como a Imperatriz consorte de Maximiliano I de Habsburgo, nas encostas do  Atlântico, um palácio branco, que mirava o mar.

                   Maximiliano de Habsburgo, arquiduque austríaco e Imperador do México, filho de Franz Karl e de Sophie, Princesa da Bavária, nasceu em 06 de julho de 1832, no Palácio de Schönbrunn, em Viena e teria sido executado por um pelotão de fuzilamento em Santiago de Querétaro, no México, em 19 de junho de 1867. Embora exista a Capela Funerária do Imperador Maximiliano, em Santiago de Querétaro, onde estariam seus restos mortais, não chegou a ser executado, eis que foi substituído por um tercius. Veio ao Brasil, era primo-irmão de D. Pedro II, intitulando-se Conde de La Rosé, terminando seus dias em Serra Negra, Estado de São Paulo.
                   Um fato de suprema importância é de que a pretensa execução de Maximiliano não foi fotografada, ressalvando-se que já existia a fotografia. Temos de Militão, dessa época, no Brasil, na cidade de São Paulo, uma série imensa de fotografias. Como, então, a inexistência de uma foto? O que existe é um óleo sobre tela de Edouard Manet, de 1868.
                   “A notícia do fuzilamento .....
                   “A Aventura de Maximiliano de Habsburgo”, assim chamada no México, foi, na verdade, a decorrência de um jogo de interesses. Os Conservadores, do México, viram em sua pessoa a oportunidade de manter um sistema político cômodo e seguro, por contar com o apoio da França, da Inglaterra e da Santa Sé. O México estava em profunda crise política. O Arquiduque austríaco nada mais representava que a condição de irmão do Imperador da Áustria. Aceitou o papel, que lhe era oferecido: representar num país completamente desconhecido. Com suas tendências liberais, logo perdeu o apoio dos Conservadores, sendo alvo da hostilidade dos seguidores de Benito Juarez, que, em 1865, ordenou a execução sumária de seus líderes. Maximiliano tinha, por única proteção, a presença de tropas francesas, que se retiraram em 1866-1867, quando ele assumiu pessoalmente o comando de seus soldados. Foi capturado e aprisionado, julgado por uma corte marcial e teria sido fuzilado com seus generais Tomás Mejía e Miguel Miramón.


Execução do imperador, em 1867
Óleo sobre tela de Édward Manet



Capela Funerária do Imperador
Maximiliano, em Santiago de Querétero

(Os fatos relativos à passagem do arquiduque Fernando Maximiliano de Áustria pela Ilha da Madeira, foram publicados em “Madeira e Porto Santo”, da autoria de Guido de Monterey. Era irmão de Francisco José I da Áustria e sobrinho de D. Maria Leopoldina Josefa Carolina de Habsburgo, primeira imperatriz do Brasil (1797-1826) e de Maria Luisa de Áustria (1791-1847), que se casou com Napoleão Bonaparte). Todos os meses ia à cidade de Amparo receber quantias remetidas por seus familiares. Viveu na Ilha da Madeira, quando sua prima D. Maria II, era rainha de Portugal e no Brasil, quando seu primo D. Pedro II era imperador do  Brasil. Amou a princesa Maria Amélia de Portugal, filha de D. Pedro I do Brasil , IV de Portugal e da Imperatriz D. Amélia).



*** Fernando Maximiliano de Habsburgo
                   As ambições imperialistas de Napoleão III o levaram a intervir tragicamente na política do México. Maximiliano, crendo contar com o apoio do povo, aceitou o trono do México, que o ofereciam os Conservadores, entre os quais se encontrava o general João Nepomuceno Almonte, filho de generalíssimo José Maria Morelos y Pavón.
                   Durante os primeiros dias de março de 1864, em Paris, Maximiliano aceitou os compromissos, que foram estipulados no Convênio de Miramar. Entre outros, a renúncia e seus direitos à coroa de Áustria. Igualmente, para contar com o apoio do exercito francês, contraiu com Napoleão III uma obrigação de quinhentos milhões de pesos mexicanos. A chamada Junta de Notáveis ou Regência do México, por unanimidade, havia oferecido a coroa a Maximiliano, assegurando-lhe que contava com o apoio do povo.
                    Em 10 de abril de 1864, teve lugar a assinatura do Convênio. Maximiliano, com uma numerosa comitiva, chegou a Vera Cruz, em 28 de maio de 1864. Em 12 de junho, iniciou seu governo. Maximiliano governou pressionado pelos interesses franceses, oscilando num critério liberal a outro conservador. Nunca chegou a exercer um verdadeiro domínio sobre o México, já que seu governo funcionava somente onde havia guarnições francesas. Suas dificuldades com o marechal francês Aquiles Bazaine trouxeram por conseqüência que as tropas de Napoleão se retiraram antes do previsto no Convênio de Miramar. Maximiliano quis conjurar o perigo e enviou à Europa a sua esposa, a Imperatriz Carlota, para solicitar ajuda das monarquias. Napoleão III rechaçou todo tipo de apoio e a Princesa se dirigiu à Itália, onde se declararam os primeiros sintomas de loucura, em que viveu submergida por longos anos, até sua morte. Entretanto, os liberais se haviam levantado em armas, deixando unicamente como cidades imperiais a capital, Vera Cruz, Puebla e Querétaro. Em 4 de março de 1867 começou o sitio desta cidade por forças comandadas pelo general liberal Mariano Escobebo. Em 15 de maio seguinte, foi tomada a cidade, preso o imperador Maximiliano, junto com os generais Miguel Miramón e Tomás Mejía. Estes foram fuzilados no Cerro de Las Campanas, em 14 de junho de 1867.
                   Nascido no Palácio de Schönbrunn, nos arredores de Viena, Maximiliano tinha uma grande atração pelo mar, pelo que, quando escolheu sua carreira, se decidiu pela naval. Realizou numerosas viagens pelo Mediterrâneo; explorou o Norte da África e as costas do Brasil.
                   Já casado com Carlota, filha do Rei Leopoldo da Bélgica, seu irmão Francisco Fernando o nomeou governador do reino Lombardo-Véneto. Foi em seu castelo de Miramar, em frente para o Mar Adriático que recebeu a missão dos conservadores que lhe ofereciam o governo mexicano. Maximiliano teve que renunciar à coroa da Áustria e assinar os Tratados de Miramar com Napoleão III, nos quais este se comprometia em manter as tropas francesas em território mexicano, durante seis anos. O México pagaria para fazer frente aos gastos de guerra setenta milhões e mais um empréstimo de mais de setenta e seis milhões, com juros anuais de três por cento, mais os gastos do exército também correriam por conta do México. Ainda, o imperador deveria aplicar uma política liberal.
                   O imperador e sua esposa chegaram finalmente à cidade do México, em 12 de junho de 1864.
Desde o inicio, Maximiliano se inclinou a adotar princípios liberais moderados, o que molestou muito os conservadores. Suas primeiras ações foram a organização da Academia de São Carlos, a fundação dos museus de história natural e arqueologia e a Academia Imperial de Ciências Literárias.
                   Maximiliano decretou a religião católica como a oficial do império, mas manteve os princípios da reforma liberal: afastou o Clero do governo, dispondo a gratuidade dos serviços religiosos, e pediu que toda correspondência com Roma passasse pela censura do governo, antes do envio ao lugar determinado. O imperador declarou fora de lei a todo guerrilheiro, que continuasse combatendo o império e, por decreto, foram fuzilados José Maria Arteaga e Carlos Salazar, ambos generais republicanos.
                   Parecia existir um pouco de estabilidade e de supremacia conservadora no México, quando a Prússia ameaçou atacar os franceses e os estadunidenses, que já terminavam sua guerra de secção, começaram a protestar contra a permanência do exercito francês no México.
                   Napoleão III resolveu retirar as tropas dois anos antes do pactuado com Maximiliano. Este, ao saber da notícia, decidiu abdicar, mas Carlota o convenceu de que não o fizesse e embarcou para a Europa, para exigir de Napoleão III que cumprisse sua palavra e pedir ajuda ao Papa.
                   Nem um, nem outro, quis ajudar a Maximiliano e, estando em Roma, Carlota enlouqueceu. Seu irmão a instalou num castelo de Bruxelas, onde permaneceu até 1927, quando morreu.
                   Para Maximiliano se informou que sua esposa havia falecido, pelo que reincidiu em seu desejo de abdicar. Sem dúvida, a chegada de Miramón e Márquez a Vera Cruz o reanimaram e o fizeram permanecer no México.
                   Diante da derrota de Miramón em Águas Quentes, Maximiliano quis reforçar-se em Querétaro. Sem dúvida, ao saber da derrota de Márquez na cidade do México, decidiu render-se, com esperança de que o deixassem regressar à Europa.
                   Preso no convento de Santa Cruz, em Querétaro, foi sentenciado e teria sido morto, junto de Moramón e Mejía, que não o abandonaram. Apesar das solicitações dos ministros europeus e inclusive estadunidenses, a sentença teria sido levada a cabo em 19 de junho de 1867.
                  
Em agosto do mesmo ano, chegou a Vera Cruz a fragata “Novara”, na qual se trasladariam os restos mortais do imperador ao panteon dos Capuchinhos, em Viena.

**** Carlota de México. A princesa Maria Carlota Amália Augusta Vitória Clementina Leopoldina de Saxe-Coburg, passou para a história como a Imperatriz consorte de Maximiliano I de Habsburgo, cabeça do Segundo Império Mexicano. Nasceu no Castelo de Laeken, nos arredores de Bruxelas, Bélgica, em 7 de junho de 1840. Foi a única filha do matrimônio, formado pelo Rei Leopoldo I, dos Belgas e a Princesa Luiza Maria de Orleans.
                   Contraiu matrimonio com Maximiliano de Habsburgo-Lorena (irmão do imperador austríaco Francisco José), convertendo-se posteriormente em Arquiduquesa da Áustria, posteriormente, por pressões de seu pai o rei Leopoldo I, decide dar a Maximiliano o reino da Lombardia-Veneza. Anos depois o jovem aceitou a oferta do trono do México, que lhe ofereceu um grupo de conservadores mexicanos (opositores ao governo republicano encabeçado por Benito Juarez), entre eles Juan Nepomuceno Almonte.
                   Somente após meses da suposta execução de seu consorte é que teve conhecimento do ocorrido.
                   Um dos retratos literários mais famosos dela é a novela de Fernando Del Paso, Noticias del Império, onde se replica um monologo da loucura de Carlota.
                   Uma das frases é a seguinte: “Eu sou Carlota Amália, mulher de Fernando Maximiliano José, Arquiduque da Áustria, Príncipe da Hungria e da Bohemia, conde de Habsbugo, Príncipe de Lorena, Imperador do México e Rei no mundo, que nasceu no Palácio de Schömbrunn e foi o primeiro descendente dos Reis Católicos Fernando e Isabel, que cruzou o mar-oceano, pisou as terras da América e que mandou construir, para mim, nas encostas do Adriático um palácio branco, que mirava para o mar e, outro dia, me levou ao México, viver num castelo, que mirava o vale e os vulcões cobertos de neve e que, numa manhã de junho, faz muitos anos, morreu fuzilado na cidade de Querétaro.”







Maximiliano de Habsburgo




Execução do imperador, em 1867
Óleo sobre tela de Édward Manet


Capela Funerária do Imperador
Maximiliano, em Santiago de Querétero






Imperatriz do México


 
 

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